quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Verdadeira Saga de Paulo Mocorongo: O Início


Em meados de agosto de 1969, numa tarde chuvosa, numa fazenda na cidade de Bethel, no Estado de Nova Iorque, ao som de Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane e outros malditos hippies sujos com nomes iniciados em J, deu-se a existência indigna do infame Paulo Mocorongo. Ainda na barriga de sua mãe, com uma semana de gestação foi morar na gloriosa cidade de Nova Iorque. Sua sorte, contudo, estava para mudar rapidamente.
Em menos de uma semana na megalópole sua mãe foi presa junto com Lewis Allan Reed por posse de heroína. Ele pagou uma fiança de 30 dólares e ela foi extraditada para o Brasil no auge do regime militar. No segundo mês de gravidez oficiais do DOPS invadiram sua casa em São Paulo, onde encontraram vários livros sobre cubismo. Ela foi presa e torturada sob a alegação de envolvimento com socialistas cubanos. Foi liberada três semanas depois. Prosseguindo o azar de Paulo, sua mãe aos 8 meses de gravidez, sem casa, sem emprego e sem dinheiro, resolve morar com parentes e se muda para a autofágica Colônia de Curitiba, onde, em mais ou menos (ninguém sabe ao certo) maio de 1970 nasce Paulo Mocorongo após um parto complicado na Praça Tiradentes. Sua mãe lia a República, de Platão, quando a bolsa estourou. Não havia tempo para esperar uma ambulância. Tanto mãe quanto filho poderiam morrer se nada fosse feito. Poderia parecer sorte que uma parteira passava por perto bem na hora, não fosse o fato de que a mesma também era prima em sexto grau de Susan Sontag e uma feminista ainda mais fervorosa, a qual, quando viu ser um menino, ao invés de dar um leve tapa na bunda do bebê, resolveu dar um peteleco no saco de Paulo Mocorongo apenas por sacanagem. E aqui começa a jornada deste que nasceu para a fama nas entranhas do fracasso.

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